quinta-feira, 28 de junho de 2012

Entrevista | YS Evening News | Jesse Quin



O site britânico Yorkshire Evening News publicou no dia 3 de Maio, uma entrevista com Jesse Quin. Numa conversa descontraída e interessante, o baixista fala sobre diversos assuntos, entre eles, a sua canção preferida do novo álbum Strangeland e como é encaixar-se numa banda já então estabelecida. Traduzimos para o nosso idioma as 10 questões que lhe fizeram, e podes ler aqui:

Qual é a tua canção preferida do novo álbum?
Oh, esta é uma questão delicada, eu acho que a minha canção preferida é Black Rain. É um pouco estranho mas nós quase não a colocamos no álbum. É muito obscura e sinistra. E foi uma das últimas que finalizamos no álbum. É daquelas que tinhamos vindo a trabalhar há muito tempo e que apenas queres ouvir o resultado final. Para toda a gente este é o álbum novo mas nós já estavamos trabalhando nele há 4 anos.

Vocês não estavam preocupados em ter um prazo para este álbum, como isso ajudou no processo?
Eu acho que a coisa mais importante foi termos escolhido as canções certas antes de iniciar a gravação. Pobre Tim que trabalhou arduamente até ter escrito 100 canções, e então chegamos a conclusão de que já tinhamos tudo que precisávamos. E quando entramos em estúdio, ficamos ainda um ano até iniciar a gravação. Nós apenas procuramos fazer algo que fosse realmente brilhante.
É muito fácil dizer que nós procuramos fazer o melhor álbum que poderíamos - muitas pessoas dizem isso - mas fazer um álbum em que tu amas o teu próprio trabalho e queres ouvir-te, é uma coisa realmente rara. Há casos frequentes de bandas que primeiro gravam a bateria, depois o baixo e as guitarras ou tanto faz, assim apenas assinalam as lacunas, mas fazer algo em que realmente estás envolvido e realmente amas, leva tempo. Mas eu penso que valeu a pena.

Como é que vocês sabem quando a música já está finalizada e já não precisa acrescentar mais sonoridades?
Esta é realmente uma boa questão. Tu podes ir mexendo para sempre. Eu acho que Brian Wilson levou 20 anos e qualquer coisa, até finalizar 'Smile'. Eu acho que uma parte importante de fazer isso, é ter a certeza de que estás a ir na direção certa, em primeiro lugar.
Há uma canção em particular que não está no álbum e se chama 'Higher Than the Sun', que é absolutamente brilhante, mas nós não nos sentimos propriamente agarrados a ela. Nós ainda vamos modificá-la.
De resto eu acho que é preciso chegar a um ponto em que todos acham que tudo soa brilhante e ninguém tem mais nenhuma ideia para acrescentar, então ai é hora de concluir.

Depois do enorme sucesso dos álbuns anteriores vocês se sentem sob pressão para corresponder a este?
É um pouco estranho quando estás em estúdio e lá existem apenas algumas partes de ti, pois não se esquece completamente o mundo lá fora, mas acabas por focar muito em fazer algo em que te orgulha. Acho que todos nós sentimos isso e sabemos onde a pressão se situa.
Se fazes alguma coisa e apenas queres torná-la comercial, então estás a procura de problemas. Se fazes algo e colocas pressão em ti mesmo para fazer algo incrível, aí sim podes mostrar isso ao mundo e se as pessoas gostarem, é incrível.

Qual é a chave do sucesso dos Keane?
Existem alguns fatores diferentes. Soa como uma coisa arrogante de se dizer, mas nós trabalhamos muito arduamente na música e se cai no gosto das pessoas, é outra questão. Nós não pensamos sobre o dinheiro e acho que essa é uma parte importante. Também ter um cantor realmente brilhante, definitivamente ajuda, e ter uma ótima editora realmente ajuda.
Eu acho que muitas bandas caem no esquecimento porque não recebem o apoio que precisam de algumas pessoas e nós realmente temos muita sorte com isso.

Como vocês lidam com as discórdias dentro da banda?
Existem diversos tipos de discórdias, suponho, às vezes há um desentendimento pessoal entre um e outro, e isso resolve-se entre os mesmos, e resolve-se muito rapidamente.
Se é um assunto de negócios da banda, uma decisão artística, nós sentamos todos e discutimos, tudo muito civilizadamente.
Eu posso dizer que há diversas ocasiões, e houve uma vez  em que Tim e eu saímos (isto é épico), e andávamos aos tropeções às 4 horas da madrugada nos arredores de Tóquio, incapazes de encontrar o nosso hotel, bebemos a noite inteira e discutíamos seriamente sobre qual é o melhor álbum de Paul Simon, quase lutamos.

Como foi encaixar-se na banda, entrando já a meio do caminho?
Foi muito fácil, definitivamente, desde a primeira vez que toquei com os Keane. Foi uma música, a Under Pressure, no concerto de beneficência da War Child, na Brixton Academy. Nós conversávamos e nos davamos bem. Eu sou tão rude e desagradável que logo quando começamos a trabalhar juntos, eu quebrei o gelo muito rapidamente. E eles são companheiros tão adoráveis, que não foi difícil integrar-me.

Vocês tem trabalhado com a War Child e com a Make Poverty History. É importante para a banda estar envolvida em ações beneficentes?
Eu acho que é muito importante. É fácil esquecer quando és de uma grande banda ou se trabalhas na limpeza das ruas, não interessa o trabalho que tens, mas nós vivemos numa das mais ricas partes do mundo e somos pessoas incrivelmente sortudas. Se não tentas ajudar o teu próximo, então tens algo seriamente errado em ti, penso eu. Por isso procuramos nos envolver nestas causas o quanto possível.

O que é imprescindível ter no autocarro da digressão?
Auriculares são sempre essenciais. O nosso depravado 'manager' dá uns gritos durante a noite e isso pode ser muito aterrorizante.

O que mais podemos esperar dos Keane este ano?
Bem, depende se as pessoas vão comprar o álbum, mas espero que nós continuemos a trabalhar. Tim já estava a escrever o próximo, antes deste álbum ser lançado, o que é muito reconfortante e parece-me brilhante.
Haverá uma abundância de digressões com este álbum e a seguir, vamos em linha reta diretamente para o estúdio.

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